Verme urbano e Inocência dualista
“I wish I was special
So very special
But I'm a creep
I'm a weirdo
What the hell am I doing here?
I don't belong here
I don't care if it hurts
I wanna have control
(...)”
So very special
But I'm a creep
I'm a weirdo
What the hell am I doing here?
I don't belong here
I don't care if it hurts
I wanna have control
(...)”
É como se eu tivesse fechado os olhos para o mundo. E nas profundezas da alma encontrado uma fenda enorme saturada de vísceras, de liquido denso coagulado e de chorume. Estava camuflada, mas continuava ali, imóvel e descansada entre as sombras do meu coração, uma enorme poça a céu aberto, ignorada pelos sofredores e amantes anônimos deste poço chamando mundo. Mas antes, ninguém se importou se fedia, era só tapar o nariz e seguir em frente fingindo que não estivesse ali. Eu nunca estive ali.
Se eu ao menos tentasse olhar mais para dentro... Antes veria que tudo estava ficando turvo, que o coração bombeava veneno tristemente para as veias, e que as veias se dilatavam sem pena do meu corpo. Eu sentia tudo, cerrando os dentes. A carne sofreu. Começaram a trabalhar todos com vida própria, nada ligou para nada. Tornei-me uma grande fábrica sem comprador, uma construção tão rapidamente ruinosa, com o proletário desgastado, doente e apático. Estão todos trabalhando, tossindo dentro das minhas entranhas. Posso sentir o peso dessa prole antitética todos os dias, não há só ignorantes morando aqui. Corrupção!
O gabinete principal explodiu. Ouviram os fogos de lá, gente que nem sabia do mundo aqui dentro.
Não me movo quando estoura tudo, frequentemente, os cabos inundam meus braços, e se balanço muito, a lama me escorre pelos ouvidos. No todo, está tudo murchando e ensopando diariamente, expelindo sangue negro e nocivo das artérias.
Era nojo de vomitar gosma, era nojo de tocar todo o resto. Lixo-humano, porcaria canhenga. Matadouro aberto ao publico.
Chorei. Mas dos meus olhos saíram água pura.
Cortei, fatiei em pedaços rompendo os cabos e aos poucos a fábrica cessou.
No chão, o esgoto afetava a vizinhança.
Se eu ao menos tentasse olhar mais para dentro... Antes veria que tudo estava ficando turvo, que o coração bombeava veneno tristemente para as veias, e que as veias se dilatavam sem pena do meu corpo. Eu sentia tudo, cerrando os dentes. A carne sofreu. Começaram a trabalhar todos com vida própria, nada ligou para nada. Tornei-me uma grande fábrica sem comprador, uma construção tão rapidamente ruinosa, com o proletário desgastado, doente e apático. Estão todos trabalhando, tossindo dentro das minhas entranhas. Posso sentir o peso dessa prole antitética todos os dias, não há só ignorantes morando aqui. Corrupção!
O gabinete principal explodiu. Ouviram os fogos de lá, gente que nem sabia do mundo aqui dentro.
Não me movo quando estoura tudo, frequentemente, os cabos inundam meus braços, e se balanço muito, a lama me escorre pelos ouvidos. No todo, está tudo murchando e ensopando diariamente, expelindo sangue negro e nocivo das artérias.
Era nojo de vomitar gosma, era nojo de tocar todo o resto. Lixo-humano, porcaria canhenga. Matadouro aberto ao publico.
Chorei. Mas dos meus olhos saíram água pura.
Cortei, fatiei em pedaços rompendo os cabos e aos poucos a fábrica cessou.
No chão, o esgoto afetava a vizinhança.
o esgoto afetava a vizinhança e se expandia para dentro das narinas de todos. Esse aroma fétido tornara-se água dentro dos outros, a mesma poça camuflada...
ResponderExcluirBrenda, tu escreve muito, amiga *-*
euteamo. s2
Brenda. Perdoe-me a demora por passar por aqui no agradecer pelo seu comentário. E confesso que estou maravilhada por seu espaço. sua escrita é sublime e deliciosa para se ler. Aprecio escrita de quem vomita, perdão pela expressão não muito bonita, mas é que psicografas sem formalidades e regras, e isso, é fantástico, que seria, uma certa leitura de alma. A sensação que tenho é revigorante e metamorfal. Bem. Acontece no momento que estou te linkado no meu espaço como parada obrigatória e que possamos torcar muitas ideias e aprendizados uma com a outra.
ResponderExcluirBela semana!
Priscila Cáliga
agradeço o comentario!!!
ResponderExcluirentrei desconfiado e levei um tapa na kra!!
texto perfeito..escreves muito !!! parabens!!!
abraço!
Merdas e bostas na vida a parte, acontecem... Elas servem pra dar uma guinada extra!
ResponderExcluirDe qualquer forma, a gente cresce e aprende alguma coisa, mesmo que todo inferno ou céu aconteça em secreto na mente.
Caí de para-quedas aqui e gostei.
Paz!
E ainda que os olhos se fechem,
ResponderExcluircovardes,
havera eterna lembrança.
É tudo um baque surdo, sentido sem saber.
Gostei desse pessimismo; atraente.
Te cuida.
Radiohead é fantástico.
ResponderExcluirEssa musica fez parte da minha vida por mtos anos
beijo.
Esse texto me lembrou algo de Ferreira Gullar, meio que literatura marginal. Gostei!
ResponderExcluirbeijos, Brenda :*
Banho de chuva é dádiva como banho de mar. Um mistério que remove impuresas mais escondidas de alguém.
ResponderExcluirMolhe seus cabelos...
Remova sua roupa...
Faça da água o estímulo propulsor da renovação...
Abraços em pingos d'água!