Igualdade simplória

Ela beijou as mãos dele tão ternamente que sua delicadeza pairou entre a linha de maternal e amante. Os lábios vistosos e gélidos, porém cheios de vida, pressionaram-se contra a testa da mão dele, fazendo com que os dedos pasmassem um pouco no ar.
— Anabele! Ah Anabele... — suspirou prazerosamente, quase ofegante por perder o senso.
Podia vê-la curvada a beijar suas mãos, tão simplória e desnuda de seu ego. Poucos momentos eram tão puros quanto aquele.
Ele mesmo fez questão de levantar aquele rosto frágil para apoiar a cabeça em seus seios. Sabia que ela não gostava de quando ele a tratava assim, mas em momentos como aquele, arriscar não significaria muita coisa senão arriscar.
Ela o acolheu.
Nem palavras se fizeram necessárias, nem vento soprou galhofeiro, ou insetos pousaram nas flores. Fez-se uma atmosfera congelada, mas longe de ser patética.
— Anabele! Ah Anabele... — Nesses momentos tê-la em seus braços ou estar em seus braços estava alheio a qualquer estereótipo masculino. Tê-la era apenas tê-lo.E ambos se entregavam ao exclusivo estado de estar.



"Je t'aime encore tu sais je t'aime"

Comentários

  1. Tem coisas que não precisam de muito para se explicar ou demonstrar.. Basta um toque uma bobeira qualquer.

    Paz aê.

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  2. A propósito, atualizei hoje, 02, o blog... Querendo, dá uma passada lá.

    Paz!

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  3. Seus textos sao muito bons! Ache muito lindo esse! Ainda mais com a musica tocando.
    Parabens!

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  4. Quanto tempo não venho aqui

    Anabele é um bonito nome. Gostei do texto. São esses momentos; simples; que nunca esquecemos. Eu não permitiria esquecer... beijos

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  5. Caliente meu beimm!
    adooorooo
    *-*

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