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Doce Marilusa

Marilusa acostumou-se com a lentidão dos dias, e jogava-se taciturna como jogam flores mortas ao mar. Completamente entregue, flutuava inerte perante as ondas das sombras entorpecentes. Vestindo uma roupa branca de algodão semitransparente, protegia-se vulneravelmente das pequenas partículas de poeira flutuantes no feixe de luz da sala de estar, esperava esperançosa a presença do marido. Acomodada em sua própria moradia, que era mais dele do que dela, despojou dos cabelos a trança bagunçada, libertando as mechas carameladas, antes impedidas de exalar um perfume aromal. Simplesmente anormal, seu jeito de portar-se perante ela mesma. Os pacíficos olhos contornaram a sala, quase cinza cor de céu nublado, ainda receptavam clementes imagens puras, por mais putrefatas que estivessem. Ainda captavam pouca luminosidade em dias de chuva, por mais imersos em mediocridade. Pois os olhos daquela mulher eram conservados por outro tipo de tempo, paralelo ao tempo dos homens, mesmo que em plano mater

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